quinta-feira, 31 de julho de 2014

Parto da Elenyr - Nascimento do Lucas em 19/09/2013

Era pra ser no hospital, mas surpresa: foi em casa! Viva!

Relato da Elenyr:

GRAVIDEZ E PRÉ-NATAL

A história do meu parto começa quando eu decidi engravidar do Lucas, no final de 2012. Eu vinha pensando muito sobre o assunto a algum tempo e achei que já estava na hora, apesar de eu e o Marcos não estarmos casados na época e nem morando juntos, mas como meu maior desejo era ter um filho e eu já estava com 35 anos, resolvemos engravidar. Parei de usar o método contraceptivo em outubro e em janeiro, quando minha menstruação atrasou, procurei minha médica (que já me atendia a alguns anos) para fazer o teste de gravidez e iniciar o pré-natal. Naquele momento eu já sabia que estava grávida porque já tinha feito o teste de farmácia, e também porque no fundo eu sentia que já estava. Demorou um pouco pra ficha cair, mas fiquei muito feliz por estar realizando meu sonho de ser mãe.

DIABETES GESTACIONAL ?

Ao dar início ao pré-natal, fiz todos os exames de rotina e minha glicose deu um resultado acima de 90 (95), então minha médica pediu que eu fizesse o teste de diabetes, já no início da gestação. Eu fiz o exame e uma das taxas continuou alta (a de 120 minutos), tendo ela me recomendado que fizesse dieta de açúcar, ou seja, eu seguiria como se estivesse com diabetes gestacional. Eu não me importei muito com isso, mas procurei fazer a dieta.
Continuei meu pré-natal com esta médica, e de vez em quando eu perguntava sobre o parto, mas ela não falava nada, nem dava muito papo para o assunto.

“TEM QUE FAZER CESÁREA PORQUE O BEBÊ NÃO ESTÁ ENCAIXADO COM 30 SEMANAS!”

Em uma das consultas eu falei que queria o parto normal e ela falou que o bebê não estava encaixado (por volta de 30 semanas) e ainda falou pra mim se eu iria aguentar, e eu respondi que queria pelo menos tentar.

NUNCA TINHA OUVIDO FALAR DE DOULA

Quando já estava com quase 32 semanas conversando com uma colega de faculdade ela me falou de sua cunhada que já estava na terceira gestação e tinha feito dois partos humanizados e estava esperando o terceiro. Adicionei ela no facebook e ela me passou alguns sites, textos, vídeos sobre o assunto, que até então eu só já tinha ouvido falar. Me passou também o nome de sua médica obstetra e alguns nomes de doula. Sobre a doula eu não sabia nada, nem tinha ouvido falar.  A partir daquele momento eu comecei a me interessar pelo parto humanizado, porque apesar de querer o parto normal, não tinha sequer pensado no parto humanizado.

DESCOBRI UMA MÉDICA HUMANIZADA

Pesquisando na internet, descobri a Dra. Sílvia Helena Caires, liguei e marquei uma consulta para saber mais sobre o parto humanizado. Ela me explicou o que é o parto humanizado e eu tirei algumas dúvidas. A consulta foi bem diferente das minhas de pré-natal e eu simpatizei com ela. Achei interessante que de cara ela perguntou o nome do meu filho, o que a outra médica não tinha feito até então. Repeti o teste de diabetes gestacional a pedido dela, e dessa vez, todas as taxas deram normais, para alívio meu e da dra. Sílvia. Apesar de já estar bastante tentada ao parto humanizado, não abandonei a minha outra médica, ainda não tinha certeza do que iria fazer. Continuei indo nas duas até 35 para 36 semanas. Na minha última consulta com a médica do pré-natal ela me perguntou a respeito do parto, o que eu queria fazer, e eu respondi que queria parto normal, que faria cesárea só se fosse realmente necessário. Ela concordou, mas não me passou muita segurança, disse pra mim: “vamos ver se você vai aguentar”.

Eu ainda estava meio insegura, mas acabei desistindo dela e parei de ir às consultas, tinha até uma marcada, e eu me esqueci de ir, talvez meu inconsciente já havia decidido por mim. Então resolvi que seria mesmo com a Dra. Sílvia. Meu marido, a princípio, não concordou muito, mas eu ia tentar mesmo assim, no fim ele acabou concordando. Nas últimas consultas já havia dado pra ver que o Lucas estava encaixado e estava tudo caminhando para o parto normal.

COMEÇOU NA MADRUGADA

Na madrugada do dia 19.09, quando eu estava com 39 semanas e dois dias eu acordei por volta das duas e meia da manhã com uma leve cólica. Fui ao banheiro fazer xixi e notei um pequeno sangramento. Então eu pensei: será que está na hora do meu filho nascer? E estava. As dores foram aumentando de intensidade, eram as contrações. Foram ficando cada vez mais fortes e próximas umas das outras. Logo que começaram as contrações mandei mensagem para a Kelly (doula) e ela me orientou que tentasse repousar ao máximo, mas naquela altura do campeonato eu não conseguia dormir, fiquei deitada e às cinco da manhã levantei, não estava mais aguentando ficar na cama. Levantei, tomei banho e as contrações cada vez mais fortes. Naquele momento acho que o tampão tinha rompido porque o sangramento tinha aumentado. Mandei outra mensagem para a Kelly e para a Dra. Sílvia, que me disse para ficar embaixo do chuveiro e tentar relaxar, em vão, nada me fazia relaxar mais.


  
NÃO DEU VONTADE DE IR PARA O HOSPITAL

Por volta das sete da manhã a Dra. Sílvia chegou. Eu já estava muito cansada e as dores cada vez mais fortes. Ela ouviu os batimentos cardíacos do Lucas e fez exame de toque. Me disse que eu estava com 8 cm de dilatação e me perguntou se eu já queria ir pro hospital, mas eu estava tão cansada que não sentia vontade de ir. Nessa hora senti uma contração muito forte e um barulho de balão estourando, era a bolsa que se rompia, por volta das 7:40h. A Dra. Sílvia saiu e ligou no hospital, voltou dizendo que não tinha quarto. Então me perguntou o que queria fazer, eu disse que não conseguia ir pro hospital e que se não tivesse problema eu preferia ficar em casa mesmo. Então resolvemos ficar. Eu estava tão cansada que nem estava vendo direito o que estava acontecendo, nem vi direito a Kelly chegar e só depois fiquei sabendo que a Dra. Luanda também tinha vindo para prestar o primeiro atendimento ao Lucas.

MEDO DE FAZER FORÇA

Depois do rompimento da bolsa parece que as contrações ficaram menos doídas, mas o que mais incomodava era a vontade de fazer cocô. Eu ficava com medo de fazer força, quando a vontade vinha. Isso atrasou um pouco a chegada do Lucas.  Fiquei embaixo do chuveiro no banquinho, com o Marcos me segurando, mas lá não estava tão confortável, voltamos pro quarto, eu deitei na cama, mas também não estava muito confortável, sem contar que deitada eu não conseguia fazer muita força. A Dra. Sílvia então sugeriu que eu voltasse pro banquinho. Forrou o chão e o colocou, eu sentei de novo, com o Marcos me segurando. Naquele momento eu pensei: só depende mim pro Lucas chegar, eu tenho que fazer força. E foi o que eu fiz.



EU PEDI PRA ELE VIR E ELE VEIO

Comecei a fazer força e ele começou a sair. Me concentrei mais um pouco e pedi pra ele vir e ele veio. Senti a bola de fogo, era a cabeça dele que estava coroando. Fiz mais força e saiu o corpo. Só vi quando ele escorregou e a Dra. Sílvia o pegou e colocou no meu colo. Era pouco antes das dez quando meu filho nasceu, a maior emoção que já vivi: poder passar pela experiência do parto natural. Ele nasceu saudável e teve apgar 9 e 10.



Hoje, duas semanas depois, escrevendo, me bate saudade daquele dia, daquele momento mágico. Foi tudo perfeito. Nem se eu tivesse planejado um parto domiciliar teria sido tão perfeito. Agradeço a Deus por ter me dado a graça de vivenciar um momento tão especial. Agradeço também a todas as pessoas envolvidas, especialmente meu marido, que não saiu de perto de mim e que participou ativamente do nascimento do nosso filho. Esta é a história do nascimento do Lucas.







Nenhum comentário:

Postar um comentário